Registros, histórias de personagens, lembranças de profissão e início de uma nova era tecnológica. Estes foram alguns dos temas presentes no Em Foco: Processos Criativos e Técnicas de Fotografia que, em sua segunda edição, debateu questões relacionadas à prática do fotojornalismo. O evento aconteceu na noite desta quinta-feira, 7, no auditório da Escola de Administração da Ufba, no Vale do Canela, e contou com a participação de estudantes, fotógrafos, interessados no tema e grandes nomes do fotojornalismo baiano.

Walter Lessa é um dos pioneiros do fotojornalismo na Bahia

Walter Lessa é um dos pioneiros do fotojornalismo na Bahia. Foto: Thaís Seixas

Do lado da plateia, um dos pioneiros da profissão na Bahia mandava seu recado. “Continuem amando o fotojornalismo”, disse emocionado Walter Lessa, dono de um acervo de 123 mil fotografias catalogadas, que contam os últimos 60 anos da história. Na mesa, os fotojornalistas Marco Aurélio Martins, João Alvarez e Shirley Stolze relembraram fatos que marcaram a carreira e mostraram o resultado de suas experiências. Este foi o clima que envolveu os participantes, dispostos a conhecer um pouco mais sobre as nuances da profissão, que mantém sua importância na prática jornalística atual.

Mediado pelo professor e coordenador do Labfoto/Ufba, Rodrigo Rossoni, o evento proporcionou um espaço de debate entre gerações. Para Marco Aurélio, que já trabalhou para os principais jornais e revistas do país e atualmente é repórter fotográfico do Jornal A Tarde, os resultados de um bom trabalho surgem a partir da prática constante. “O escritor escreve para aprender. Então o fotógrafo tem que fotografar sempre. E Salvador é um lugar muito bom para fazer isto, porque as pessoas se integram ao cenário”, revela.

Estudantes e interessados no tema lotaram auditório da Ufba. Foto: Rafael Martins

Estudantes e interessados no tema lotaram auditório da Ufba. Foto: Rafael Martins

Já João Alvarez ressalta que o ideal para o fotojornalista é conhecer a dinâmica de funcionamento de um jornal. “Quem quer trabalhar nesta área deve possuir um conhecimento além da fotografia, e saber que tem a função de informar a sociedade. O tipo de imagem que melhor representa o fotojornalismo é o flagrante, aquela do momento”, enfatiza.

Formada em Artes Plásticas mas trabalhando nesta área desde 1989, Shirley Stolze confessa que sofreu com a chegada das câmeras digitais, mas sempre foi apaixonada pela profissão. “Apesar de não trabalhar em jornais há 10 anos, meu olhar continua o mesmo. Quando a gente começa a trabalhar com fotojornalismo, percebe que não tem problemas”, afirma.

Paralelamente ao Em Foco, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) dá continuidade à oficina de fotografia ministrada por Rafael Martins, que acontece até 13 de novembro, na Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Dimas/Funceb), localizada na Biblioteca Pública do Estado (Barris).