A união entre música de qualidade e poesia já é garantia de sucesso do evento SARAU OSBANOMAM. No Casarão lotado, como de costume, a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) fez mais um espetáculo à parte no Café Concerto, que aconteceu na última sexta, 9 de maio, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Mais de 450 pessoas estiveram presente no evento.

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Mais de 450 pessoas estiveram presentes no Sarau OSBANOMAM | Foto: Alfredo Mascarenhas

“Além de didático, o sarau é uma maneira de provocar uma troca cultural com o público. O nosso objetivo é trazer um caráter sensorial e fazer com que as pessoas tenham uma experiência de cultura e que possam contribuir no processo. As pessoas também podem ensinar se quiserem”, afirmou o maestro Carlos Prazeres. Sobre a escolha de Bach, o maestro afirmou que o Casarão do Museu de Arte Moderna era um lugar próprio para explorar as composições do alemão.

A noite foi repleta de surpresas. A primeira delas foi o anúncio da saída de Samuel Dias, spalla da OSBA, que irá ingressar a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.  O primeiro a recitar uma poesia foi Uibitu Smetak, músico membro da OSBA e filho de Walter Smetak, que apresentou Disse uma Folha de Papel Branco, do poeta libanês Khalil Gibran.

O público, que não estava perto o suficiente, foi convidado a se aproximar. “Isto é simbólico, queremos que vocês se infiltrem no meio da orquestra, não mantenham distância”, afirmou Prazeres. Poesias de Adélia Prado e Pablo Neruda também foram recitadas pelo público. Um dos participantes que se destacou foi o poeta Márcio Luiz Andrade Santos, ovacionado ao término da poesia Abodarrada Quem Sou Eu, de Luiz Gama.

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Carlos Prazes convidou o público a se aproximar | Foto: Alfredo Mascarenhas

O convidado da noite foi James Martins, idealizador do Pós Lida, que recitou quatro poemas, dentre eles três de sua autoria (Sem Título, Para Haki e Oral – Oratório de Natal) e Fragmentos das Galáxias, de Haroldo Campos.

A dança também marcou presença nesta edição do Sarau. Bailarinos foram convidados a dançar ao som da composição Vals, de Emílio Le Roux, tocada pelo violinista da OSBA, Alexandre Casado. Os dançarinos Lucas Dancer, Clara Boa Sorte foram coreografados por Sylvan Barbosa.

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Dançarinos participaram do Sarau OSBANOMAM | Foto: Alfredo Mascarenhas

Participaram também os solistas Juliana Franco (soprano), Aníbal Mancini (tenor), Fabrizio Claussen (barítono) e Eduardo Torres (cravo).  No programa Café Concerto da Osba o destaque foi a Cantata do Café, composta por Bach em 1732. A peça narra o conflito entre um pai de costumes rígidos e sua filha, seduzida pelo novo hábito de consumir café diversas vezes ao dia. O programa da OSBA trouxe ainda outra peça de Bach: a Suíte Orquestral nº1 BWV 1066.

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Solistas apresentaram a Cantata do Café | Foto: Alfredo Mascarenhas

Para a funcionária pública Viviane Fernandes, as características principais do Sarau são justamente a surpresa e o aprendizado. “Eu vim para todas as edições do evento e me surpreendo a cada uma. Além da qualidade técnica da OSBA, nós aprendemos muito, porque cada sarau traz músicas de um músico específico”, afirma.

 * Colaborou Marcos William