Busca pela claridade nas obras de Rubem Valentim inspira curadoria para a mudança
O Solar do Unhão, onde se localiza o Museu de Arte Moderna da Bahia desde 1966, foi restaurado pela arquiteta e artista Lina Bo Bardi. Em sua concepção, o Casarão devia permitir ao visitante observar o que estava além da janela, banhado pela Bahia de Todos os Santos. O desejo da artista e arquiteta era que o simbolismo agisse na troca de olhares internos e externos, com a luz atuando sobre as obras de arte, criando luz e sombra. Fechadas há aproximadamente 15 anos, a exposição Rubem Valentim permitiu a reabertura das janelas do Casarão do MAM-BA. Os visitantes podem conferir a mostra e as janelas abertas até 12 de fevereiro.
Rubem Valentim nasceu em Salvador em 1922 e fez história como um dos mestres do construtivismo, reconhecido por ser amante da cultura afro e do candomblé. Participou do movimento de renovação artística da Bahia, ao lado de artistas como Mario Cravo Jr., Jenner Augusto e Lygia Sampaio. Do mesmo modo que Lina Bo Bardi, Valentim também se interessava pela água e pela luz. Em ocasião na Pinacoteca de São Paulo, localizada na Praça da Luz, proclamou “eu procuro a claridade, a luz da luz”.
Um de seus trabalhos no Casarão, Templo de Oxalá, é composto por esculturas brancas que possuem uma ligação direta com a água. As obras de Rubem Valentim ficam expostas no MAM-BA até 12 de fevereiro, data limite para os visitantes vislumbrarem o Casarão do museu com as janelas abertas, em sintonia com as esculturas do mestre da luz.
Curadora da exposição Rubem Valentim e diretora do MAM-BA, Stella Carrozzo explica que “o Templo de Oxalá ficava na sala Rubem Valentim, embora o espaço não fosse adequado, apesar da sua beleza, pois as obras são grandes e precisam de um espaço mais amplo e arejado”. Com o objetivo de que os visitantes circulem entre as esculturas, a curadora preferiu colocá-las no Casarão, devido à sua amplidão física e simbólica.
O Museu de Arte Moderna da Bahia apresenta a exposição Rubem Valentim, reunindo obras de diferentes fases do artista baiano, incluindo trabalhos do início de sua carreira, nos anos de 1950 até a década de 1980. Obras do acervo do MAM-BA e de coleções particulares compõem um conjunto que destaca a estruturação da linguagem sígnica que caracterizou a obra do artista, falecido em 1991. As obras estão disponíveis para visitação até o dia 12 de fevereiro.
1 comentário
Vera says:
Jan 25, 2012
Aleluia. Salvador está carente de sua obra, de sua arte, de seu povo agindo e interagindo. Sou baiana por amor e devoção, nascida em Campo Grande – MS, desde 1994. Avante Bahia, avante Salvador.