Em novembro do ano passado, nosso blog informou sobre a censura que a obra de Nan Goldin teve do Oi Futuro, que se recusou de exibir a mostra da artista, que iniciaria em janeiro de 2012. As imagens de Goldin se caracterizam pela captura da intimidade de seus personagens, com os quais a artista possui uma intensa convivência. É dessa interação que nasce a expressividade de suas obras, revelando o que há de sensual, perverso e violento de pessoas convencionais.

A produção de Goldin costuma ir de encontro à moralidade da classe média americana, mas não apenas desta, como percebido no caso acima citado. O problema, na verdade, parece não ter sido a nudez, violência ou uso de drogas nas fotos, mas “a inserção neste cenário de um ator ‘improvável’: as crianças”. Segundo a antropóloga Mirian Goldenberg, “é um tabu um corpo infantil nesse contexto. Como falar de sexo e crianças? Há uma ideia de protegê-la até ela se tornar mais responsável e se defender dessa cultura que erotiza o corpo”.

Em contrapartida à polêmica, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro permite ao público conhecer os portraits de Nan Goldin  a partir de 8 fevereiro.

Fonte: O Globo.